um Escrito COLETIVO. buscar a cidade transviada e crioula. a cidade em fragmentos. declarações furtivas. Sonho e fantasia para uma cidade melhor.

28.2.06

Carnaval maristotélico

Carnaval maristotélico

Aos modernistas estudados,
agradecemos o percalço de tentar salvar os peixes.
Peixes que comeram os peixes, que comeram os peixes
que agora somos.
Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral!
O vasto mar viu-se obrigado a trazer novos peixes!
Nos tornamos coloridos, variados!
Alimentados por ventos, raízes e chibatas sangrentas.

Filhos de olhos azuis na pele nêgra!
Cabelos lisos na tez avermelhada, clareada no neto lusobrasileiro!
Somos quem somos.
Um não ser,
mas que é peixe!
Peixe mestiço!

Muitos morreram.
Mas olhe lá! Um novo peixe!
Este canta e batuca!!
Passa mulata,
passa nordestino,
passa o negro,
o cafuzo...
Um índio!
Ah! meu ouvido bom!
Das pequenas casas, ouço sons disfarçados.
O que na frente é sambão, atrás é pleno chorinho!
AH! Ciatas danadas que até música fizeram nessas casas proibidas de viver!
E que na música e na dança se criaram,
todos sem vergonha!!!

A Nau Imperial insistiu em estabelecer as fronteiras nessa terra..
Desejavam a "limpeza da raça".
Loucos! Somos mestiços!
Não adianta mais, caolhos algozes, importar comportamentos albinos,
raças limpas...
Brasileiro/Misturadeiro.
Se agitem pandeiros!

Que tal de "Belle époque' é essa que derrubou cortiços, morros,
abrigo de onças, sabiás, jaguatiricas e gente!
Que nunca brincou de peteca e mamulengo,
que nunca comeu pipoca, paçoca, cocada e maniçoba...
Que nunca viu saci, curupira, Iara e Janaína?!
Pois no Brasil, tem cafuné na cabeça, prá dengo de neném!
Tem samba animando o caboclo.
Tem Iaracema em Ipanema!
Tupy or not Tupy:
Isn´t the question!!!

21.2.06

8.2.06

poesia e verdade1

porque sendo perigoso eu não desfaço de lugares de sentidos apetrechos do que não é funcional que está empoeirado não mexido faz eternidade. isso tudo quem vai saber pode abrir um baita chão ó com motivos em direções várias com falas faltas em telefonemas pessoas pessoas a rôdo pra quê? pra quê? pergunta pedrão: sábio em verve num passo tcheco, agora, depois q foi a casa de queridokafka. alimento já novidade estes escombros meticulosamente para guardar mil direções em flechas emoções q não posso mas lanço-me. e isso tem um preço garoto/ - aê, isso tem preço, maluqueira/ - lacuna, maluqueira e a pessoa exorta o tempo, o breu p ser máscara, maluqueira/ - aê, isso até como modo de existência, quem pode desdenhar? eu desdenho, desdemona, como os porcos eu desdenho, desdemona.

Joan Brossa p/Rio de Janeiro