um Escrito COLETIVO. buscar a cidade transviada e crioula. a cidade em fragmentos. declarações furtivas. Sonho e fantasia para uma cidade melhor.

2.1.06

Maria Sem Vergonha

Tá todo mundo puto com a Maria Sem Vergonha
que não trabalha,
não sustenta,
não se aguenta,
mas nem parece!

Tá todo mundo puto com a Maria Sem Vergonha
que toma bola de maluco,
cheia de vozes na cabeça,
travando o corpo e o gozo,
mas nem parece!

Tá todo mundo com a Maria Sem Vergonha
que quer ser ela,
ela mesma,
e paga o preço com bom disfarce.

Disafarce de gente que ri,
que não tem monstro dentro de si
e o remedinho fazendo efeito,
dá o contorno
Mas nem parece!

Tá todo mundo puto com a Maria Sem Vergonha
que virou malandra sem pegar no taco,
sem rezar na Lapa,
sem dizer o que pensa.
Que pegou fama deitando
anônima na cama,
que leva a morte na calcinha
quiném bagulho prá
não dar pinta

Maria Sem Vergonha
tem medo de gente
enterra os mortos,
cai no drama e
se acaba no samba!

Maria Sem Vergonha,
é tão sem vergonha
que nem parece!