um Escrito COLETIVO. buscar a cidade transviada e crioula. a cidade em fragmentos. declarações furtivas. Sonho e fantasia para uma cidade melhor.

26.9.05

andar na cidade sendo a cidade no morro da conceição vou aprendendo a vista dali_quando a gente negra experimentava a distância do desterro _ santa sara a santa cigana com nariz de palhaço ao lado de santo antonio? as perdas todas girando girando em nó pela goela maior_esta dor q não tem jeito esta dor pra sempre_ e claudia andujar* a fotógrafa dos yanomamis a fantástica fotógrafa do fantástico povo yanomami e mais finitude e mais tênue mais frágil pequeno o vagar pela cidade o amor os transeuntes na noite no morro do labirinto conceição onde piratas corsários guiavam-se pelo alto mar & terra a cidade aberta_ yanomamis estão comigo neste domingo de chuva triste como o caixote de passado no labirinto conceição_ com suas crianças e solidão_ mas brincam de bola no meio da rua jogo de bola_e há um boteco mais fofo na mesma_na rua jogo de bola_queríamos ir ao cemitério dos ingleses pra ver os mortos compactados num lugar pra eles_os outros mortos pretos escravos etcetcetc estão em todo lugar _na internet procuro sobre o labirinto conceição encontro a página da polícia civil com seus “capturado” e “procurado”e “morto”: são retratinhos um pouco mais q 3 x 4 mas mulatos e pardos e o carimbinho na maioria é assim “morto”//

* para ver as fotografias e uma resenha sobre a obra de claudia andujar:
http://www.studium.iar.unicamp.br/12/5.html

(por dricafernandes@yahoo.com.br)

labirintoS

as fotos abaixo são de um passeio ao morro da conceição/ saboroso passeio descoberta de uma cidade/ na volta do labirinto Conceição no meio das imagens aparece a confeitaria Santo Amaro querida 24hrs no agora coração labirinto Glória//




25.9.05

Djavan vai cantando e eu esperando a intervenção da Cássia Eller. Sinto a saudades que Paulinho da Viola diz que não existe. Acho que entendo! Sinto é ela mesmo e o querer "mais ela" é que parece saudade. É só não atinar para o que foi (morte) e para o que vem (ela não vem mais). Mas vem sempre do jeito que pude vivê-la, cantando nos CDs e nos raros shows que vi. E aí, a gente junta esse sentimento, ainda não tão maduro apesar de consciente e deixa a ausência tão esperada da presença que era prá ontem, de quem cortou a comunicação quando estava prestes a estar.... O mundo fala tanto! Celulares, computadores, palavras... a gente se acha mais, se esconde mais para não ser tão achado, se pinta nas telas do computador mas não mostra o quadro para todos. Não expõe a pintura das palavras... As cartas são mais pictóricas e "acháveis"... Interessante.
Mas tem a voz da Cássia, do Djavan (que às vêzes faz música muito boa), o cheiro do corpo que cafunguei tanto, decorei um pouco sem chegar a decorar a anatomia, a geografia... Sempre disposta a tudo. Uma moça em mim é assim. As outras são assado e às vêzes transformam a disposta desbravadora, numa bandeirante arcaica. Dançada dessa moça. Não deve deixar a outra continuar tão facilmente suas façanhas. Tudo vira rápido uma pequena perda e, solidão..."solidão? que nada....!" E me disse o bêbão catador de lata com quem muito sambei em meio a todas as belezuras estudadas: - só voce gosta de mim...! "Eu, pensando - "... Um samba como esse tão legal. Voce não querer que eu deixe pro final!"
Vem DA LATA! Vem que voce se sinta assim, gostado naquele momento de mundo só por mim, alguns segundos de deslizantes pés e SAMBEMOS, SAMBEMOS, SAMBEMOS... pour tout la nuit
Maristela

19.9.05

muitas idéias em dias de nublado. a coisa é essa. criar novas políticas. leio sobre os racionais. escuto os racionais baixando no soulseek. programa q compartilha músicas. nunca mais comprar cds afinal o velox já $$. o lance as letras a força a voz o cara. mano brown ecoando. a balada Jesus chorou também tem som demais. encontro um artigo da maria rita kehl. vida inteligente yeah. vou colocar embaixo endereço. o lance alugar um casarão morar no quartinho com o básico circular na cidade com gente q acredita. ocupar a cidade q é da gente. garotinho vai passar. garotinha não existe. alguns evangélicos desejam uma ética. alunos ótimos evangélicos também buscam alguma coisa não necessariamente alienante. fico nervosa com intolerâncias mas um pouco de letra já faz os caras melhores. eles estão buscando e têm pressa como eu. eu tenho pressa mas tem algo muito lento em mim. não dá pra esconder. eu sou lentinha. não dá pra esconder. eu sou burguesa mas tenho um maior dentro.
KEHL, Maria Rita. Radicais, Raciais, Racionais: a grande fratria do rap na periferia de São Paulo. São Paulo Perspec. [online]. July/Sept. 1999, vol.13, no.3. p.95-106.

18.9.05

e-raimundo

A pele ainda está lisa e áspera.
O sangue se espalhou nas velocidades variadas das flexões...
Como não dizer que É BOM DEMAIS?! Cheiros,
mãos na pele, elos para todos os lados e suspiros.
Percebe: eu que tenho esses sentidos todos, disponíveis, aguçados e estimulados,
me dei tanto de presente.
Que assim eu me veja em todos os momentos; fazendo comida, dançando, abraçada com tanta boa gente que,
eu tenho certêza que essa transa vai durar, durar, durar!!!
É só eu me dar o presente!

Maris

12.9.05

este adress http://www.studium.iar.unicamp.br/19/05.html vale a pena para ver buenos aires teimando com o Kapitalpimpão. vamos aspirar pq em terra de pindorama a chapa tá quente.
fui ver o batalha de argel_filme da década de sessenta_ a resistência da cidade árabe a civilização berbere contra os franceses_os gritinhos das mulheres mulheres fundamentais para levar as cestinhas com as bombinhas q deixavam louca a gentalha civilizada glutona francesa_ ô povinho_ na aliança francesa se estuda história da civilização_adivinhe caros os temas da história da civilização? muito interessante q a hitória da civilização seja a história da frança_nunca estudei a invasão dos franceses em caboul_o bairro árabe em argel_ não estudei a violência variada q o filme mostra_como nossa favela com suas ruelas_ saí do cinema com um vestígio de dignidade_eu quero uns becos pra poder correr dos franceses

5.9.05

"Ajuda-te a ti mesmo: assim todos te ajudarão. Princípio do amor ao próximo."
(do velho Nietzsche em Crepúsculo dos ídolos por patiaz@lycos.com)

4.9.05

um bom escrito que precisa de gente!

Driqueta bonita,
Patrícia sorrindo,
amigos do Apê,
preciso ler uma peça de um cara chamado Vina Marques. Preciso de vozes e corpos que lêem. Nada burocrático. Divertir, concentrar e iluminar as impressões. É para um trabalho teatro/vídeo experimental CONCRETO e REALIZÁVEL.
A gira vai começar e eu não posso me atrasar mas não quero o vício da área. Quero a leitura de todos los otros!
Pode ser? Essa semana,
com prazer?!
Beijos,
Maris

...quando não se para de parar...

...por razões diversas e adversas vou falando no domingo da feijoada que não há. Não cabe em mim, não atende as necessidade da veloz sonoridade, mas sou convidada e o convite é nobre. Me integra, sedúz e me faz bem. Estar por aqui, passeando.
Muitos sons na cabeça que gritam, repetem a música que parece um hip-hop, um funk rapidinho que até então, eu não entendia as palavras. O rítmo alucinado era mais forte. Mas ontem, eu ouvi e pedi socorro apesar de só entender que não se trata de um flime. A real nos meus ouvidos adentrando...: - Eu te amo! EU TE AMO! E por amor, em nome de todos os amores e potência, posso te matar, massacrar, perseguir, acusar, denegrir teu nome, acabar com o teu sossêgo, até ter teu corpo nas minhas mãos e o consentimento errante de que esse amor que vale tudo é do tamanho da minha imaginação e, se te imaginar com outro, é então VERDADE o meu imaginado e, te mato por isso. Por que é amor e ouço toda a minha emocionada ineventividade e acreditando nela, firo o ferido. Sou capaz de tirar vidas e de cantar um bolero enquanto, te machuco... eu sei que vou te amar...!

Belos de vidas im/expressionistas, eventualmente exposta em colagens berrantes,
artistas da defesa e da grandeza pessoal, que atiram as flores pro alto, com ares de pedra, que caem sobre qualquer um (se Deus quiser) e os tocam, convidando para dançar palavras.
Meu carinho e estar aqui.
Minha aberração é dizer o que está em parte de mim sabendo que posso e que não hão de achar antiético palavrear momentos difíceis.
É por isso; por que o real não é só tiro na gela, não é só flores na favela, não é só a intenção da gente bela, é tudo isso também e a pancada roxa na linfa que corre bonitinha para onde os sons são melhores e que eu posso ler e repetir, e repetir como música.
Sem tiros de amor, por favor!? A não ser os do gozo danado, longínquo, relaxante.
O RESTO NÃO MAIS SERÁ IMPORTANTE (nem os demasiados acentos ou eventos de amor armado).
Maris
andando na praça Paris terça de calor meio-dia os garis recolhem folhas das amendoeiras são muitas folhas no chão de areia da praça Paris criaturas obtusas em bancos laterais da praça Paris rapazes com outros de terna idade os garis descansam belos de ver a roupa verde-escura o tempo permitido outro tempo em meio ao irrequieto penso no amor são aqueles garis deitados blusas abertas o sol em riste no rio de janeiro o ônibus tenta se safar em motor de calor dizem ser massa quente grazie me acompanha roupa pequena em salto-alto maior neste mundo

3.9.05



Vens

Moça faltada de livros
pelo Aterro, corre
faltada de roupas, sem estar pelada
maltrapilha e piolhenta
Sob olhares estarrecidos dos travecos
deitados debaixo de árvores sonhadas por Burle Max

Na noite ou em dia pleno de sol sem mar
dia desses desesperados,
contados na ponta de dedos
lambidos,
roídos ou ruídos de loucura
atravessando o aterro a dentro ao centro com olho de furacão.


(de Patrícia Azevedo/ patiaz@lycos.com)